por Fábio Caim
No site oficial há apenas um pôster do filme e é sobre esse material que eu vou comentar.
Primeiro, o que faz dessa imagem um ícone? Um ícone é um signo que está fundamentado em uma relação de semelhança com seu objeto. Esta relação de semelhança só pode aparecer, porque qualidades estão presentes à imagem, fazendo com que ela tenha um grau de proximidade grande com seu objeto – neste caso, com o próprio filme do Batman, ou melhor, com a personagem Batman.
O ícone é um tipo especial de signo que se caracteriza por ser semelhante àquilo que ele representa. Exemplificando – o desenho de uma casa, feito por uma criança, por mais simples que seja, é semelhante à estrutura básica de uma casa; a imitação é um recurso icônico, que faz com que em um jogo de adivinhação o parceiro da dupla seja capaz de entender o que o outro quer expressar. O ícone tem uma forte capacidade de representação e, justamente, por suas qualidades é que ele pode ser tão cheio de vida.
O mais interessante nesta imagem é que por mais que seja um ícone, ela também faz uso de um recurso muito forte, que é o índice. A imagem do morcego não está, de fato, presente na imagem, ela se faz presente pela ausência, ou seja, há apenas indícios de sua existência, mas nenhum fato que a afirme como tal.
O contorno formado pelos prédios, que simula a imagem do morcego, pode ser considerado como índice. O leitor da imagem sabe que se trata do filme, pois há pistas para isso, no entanto, não pode inferir muito mais, pois o índice não tem poder de argumento. O morcego é um índice, porque ele é composto de indícios, apenas de vestígios que conformam uma imagem.
Claro que como imagem, também, podemos considerar o morcego como ícone, pois há semelhança entre ele e o símbolo que caracteriza a personagem Batman ao longo de tantos anos.
Um fato interessante é como as imagens das pedras dão sentido de movimento ao cartaz, apesar de, obviamente, não estarem em movimento. A perspectiva, isto é, o fato de as pedras estarem aumentando de tamanho conforme chegam à base da imagem, implicam em um sentido de movimento, de rapidez, que, além disso, é reforçado pelas qualidades inerentes à imagem, como as cores, as sombras e as texturas.
Outro aspecto interessante na imagem é como ela faz uso da gestalt. Isto é, como o fundo é preenchido pela mente do leitor da imagem. Automaticamente, nossa mente se vê obrigada a preencher o espaço vazio, formado pelos prédios em destruição, desta forma, imputamos à imagem um valor que ela não tem, ou seja, cobrimos sua ausência com uma forma já enraizada em nosso repertório, desta maneira, participamos da interpretação agregando mais signos ao cartaz.
Por fim, o cartaz tem claramente como função despertar o interesse, sem revelar absolutamente nada de mais importante, quer apenas gerar expectativa, funcionando como teaser, que é um recurso estratégico muito usado na área de publicidade e propaganda.
Agora só nos resta esperar o filme e comparar os materiais publicitários, com o filme e ver se é tão bom, quanto a publicidade.
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